Algumas vezes critiquei nosso capitão neste blog, mas o texto que vem a seguir, que li ontem na comunidade do Grêmio, me fez ter uma idéia diferente sobre o o Gremista Anderson Simas Luciano, vulgo Techeco.Retirado da comunidade “Grêmio”
Escrito por Thiago Duarte
Sim, mas um tópico sobre o Tcheco. E todos já devem ter lido o que o David Coimbra escreveu sobre ele (o tópico não é exatamente sobre ela):
Enfim. Existem muitos detratores do Tcheco na comu, e, incrivelmente, gremistas. Os argumentos são diversos: "Tcheco não chama a responsabilidade pra ser o 10, cagão em finais", "quantos títulos importantes tem nosso capitão?" ou meu preferido "só gostam do Tcheco os pirralhinhos pós batalha dos aflitos".
Eu concordo em várias coisas. Se o merecedor da camisa 10 tem que ser necessariamente o mais habilidoso... Hoje ele deveria passar pro Souza e carregar a 8, ou algum número do estilo. Tcheco some em finais? Já vi isso acontecendo, e acredito que deve-se a limitações técnicas do seu futebol. É natural imaginar que em um decisão ocorra o confronto entre os dois melhores times, contra um time de muita qualidade (na vez que ele sumiu, foi contra o Boca), e ter Tcheco como o principal encarregado pela armação... Não vai dar certo. Porque ele não é um ótimo jogador, e não tem recursos para carregar um time contra ótimos jogadores. O Tcheco é um bom jogador, com bom passe, condução, cruzamento... E várias limitações.
E mesmo assim não ousaria tirar aquela faixa de capitão ou camisa 10 dele.
Porque ele conquistou esse respeito e admiração com a torcida do Grêmio? Não foi unicamente pelo futebol, que, apesar de muito bom nesses três anos, não foi de TÃO alto nível assim (o Tcheco nunca alcançou nesses três anos um futebol tão bom quanto o Roger no pouco tempo aqui, ou o Diego Souza, ou o Souza agora). Eu vejo o Tcheco como o camisa 10 incontestável, como o capitão incontestável, principalmente por ser um representante. Um representante apaixonado do espírito do que é ser gremista.
Matéria do David:
"Domingo passado, porém, encontrei uma ave rara no ambiente do futebol. Tcheco foi ao Bate Bola, da TVCOM, e narrou uma história que demonstrou o tipo de figura que ele é. Disse Tcheco, que, quando estava na Arábia, sonhava em voltar ao Grêmio. Não por sentir falta da feijoada do Continental, do chope cremoso do bar do Atílio, das pernas longas das loiras de Porto Alegre ou das manhãs amenas sob os plátanos do Menino Deus, mas só e tão-somente para dar um grande título ao clube.
— Era algo que eu tinha de fazer — disse, e com essa frase disse tudo: ali estava um homem que sentia a necessidade de fazer algo.
No entanto, Tcheco leu em algum lugar que o Grêmio não o queria de volta.
— Aquilo doeu — confessou. — Liguei para o Pelaipe, que nem era mais diretor do Grêmio, e perguntei se era verdade.
Pelaipe, por sua vez, falou com o presidente Odone, que, mais do que depressa, recontratou o jogador.
— Não queria saber de salário, de luvas, de contrato, de nada. Só queria voltar para dar um grande título ao clube — completou Tcheco."
E o Tcheco teve a chance de nos dar um grande título, de novo, ano passado. E não conseguiu. Entre outras coisas, tropeçou nas próprias limitações também. Já que um time não pode depender do Tcheco pra ser o principal jogador da equipe. Muitos falam, e eu concordo, que o Tcheco é um coadjuvante de luxo. Aí sim. E dessa forma ele ta bem, muito bem na Libertadores. Com Souza chamando a responsabilidade, Maxi guardando, Victor pegando tudo, o trio de zaga com uma eficiência incrível e etc. E o Tcheco lá atrás, fazendo atrás da linha do campo o que em outros anos ele fazia na frente. Olhando o espetáculo (de Souza e cia) de uma certa distância, ajudando o incansável Adilson na função de marcação e etc. Mas não chamando para si a responsabilidade de algo que ele não pode carregar.
Mas o motivo que faz o Tcheco ser mais merecedor dessa camisa 10 e faixa de capitão que qualquer outro jogador do Grêmio, pra mim, é bem simples: paixão pelo time. Falam como se fosse algo negativo, que os torcedores do Grêmio gostam do Tcheco porque ele faz aquela cara de choro nas comemorações e etc. Mas já pensaram porque ele faz aquela cara? Porque ele simplesmente explode. Não por ter feito um gol, mas por ter feito um gol pelo time que ama. De ajudar o time que ama - e a torcida - a conquistar um título. Ele não comemora como um jogador, mas sim como um torcedor. Tcheco recusou mais dinheiro do Corinhians, o centro da mídia, um planejamento milionário (e que as chance de render mais títulos, fama, etc, são bem maiores), para dar a última cartada na carreira, de tentar uma grande conquista no único lugar que ele se importa: no Grêmio. Não to dizendo que o amor pelo time é motivo exclusivo pra ele ser idolatrado, caso contrário era só escolher um membro qualquer da geral e botar no campo. O Tcheco é bom jogador, não é craque, e não pode ser o principal do time, mas é bom jogador, e não tem ninguém no banco hoje com possibilidade de tira-lo da posição (Túlio? Orteman? Makelele?). Mas o Tcheco é um bom jogador, e, além disso, apaixonado.
É óbvio que o 10 nas costas do Tcheco é simbólico. Ele não é mais o principal da equipe. Mas ele é a ALMA da equipe. O Tcheco é o reflexo do que essa torcida representa, esquentadinho, epidérmico, apaixonado... O cara que mais reclama em campo, às vezes até demais. Mas ele reclama porque é torcedor, reclama como qualquer torcedor, quando o juiz erra, nem que seja minimamente, lá vai o Tcheco quase mandando ele tomar no cu. Por estar prejudicando o Grêmio dele (e o nosso). Cada um pode ter sua interpretação de características que um camisa 10 precisa ter: o melhor jogador, mais habilidoso, busca o jogo pra si... Então dê pro Souza. Eu já prefiro que esse número tão sugestivo seja carregado simplesmente pelo mais apaixonado. E então, não teria ninguém melhor que o Tcheco.
E quanto a ser capitão... Mesma coisa. Se o Grêmio realmente vencer essa Libertadores, poderiam me falar todos os nomes que passaram no Grêmio nos últimos 20 anos pra eu escolher quem gostaria que levantasse aquela taça. Quem fosse o cara que ficaria pendurado no mural do Olímpico ao lado de Hugo De Leon e Adilson Batista. E seria o Tcheco.
"— Não queria saber de salário, de luvas, de contrato, de nada. Só queria voltar para dar um grande título ao clube — completou Tcheco."
Pós batalha dos aflitos? Vão à m...... Futebol é sentimento, e nisso, Tcheco é rei.
Em tempo: se é para falar de capitão que se esconde em finais, qual o capitão que saiu alegando "caimbras" quando a final do Mundial de Clubes Pifa 2006 se encaminhava para as penalidades ?